18 de agosto de 2018
Engenharia na era dos Jetsons: conheça cinco tendências de construção civil para obras eficientes
Com mais de U$ 10* trilhões de gastos em serviços, o setor emprega quase 10% da população, mas vem apresentando problemas de produtividade.
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Segundo dados da pesquisa Startse*, plataforma digital que reúne mais de 20 mil cadastrados entre investidores e startups, a engenharia está entre os mercados menos digitalizados do país. Para mudar esse cenário e apresentar novas possibilidades de investimento, algumas empresas estão aplicando tecnologia no mercado de engenharia em busca de investimentos mais assertivos. Sônia Keiko, VP da Engemon, empresa brasileira focada em engenharia multidisciplinar e tecnologia, reúne dicas para quem quer sair na frente.

Segundo a executiva, que tem mais de 18 anos de experiência nesse mercado, o investimento de U$10 trilhões previsto para ser aplicado de forma mais estratégica quando aproveita novas tecnologias. “Somos um país rico em boas ideias. Porquê não aproveitar o melhor da tecnologia já disponível aliada à nossa criatividade?”.

Para exemplificar a necessidade de novas tecnologias no setor, a **CBIC – Camara Brasileira da Industria da Construção a produtividade da construção civil brasileira e quatro vezes menores do que países como Estados Unidos, China, Rússia e os da União Europeia é quase 50% menor que a média da economia nacional. O PIB do setor registrou uma queda de 20,1% entre 2014 e 2017. “Com essas informações, percebemos que a necessidade da tecnologia é latente no mercado brasileiro” reforça a executiva.

Para ilustrar algumas tecnologias que já são realidade na engenharia civil, reunimos as principais tendências de inovação para apoiar as empresas que pretendem seguir esse caminho e, com ele, tornarem-se ainda mais eficientes e competitivas. Confira!

Robótica: Trabalhos braçais como manuseio de barras de ferro, manuseio de sacos de cimento com mais de 30kg e detecção de desníveis em uma obra já começam a ser automatizadas com robôs. Sônia conta que empresas vem revolucionando o setor produzindo grande parte das peças fora da obra e são apenas conectadas isso reduz a quantidade erros e melhora substancialmente a produtividade em campo. Entre outras funções da tecnologia robótica, estão o uso de detecções de erros e problemas hidráulicos na obra, por exemplo.

Drone: Os drones têm se tornado comuns quando o assunto é construção civil. Criada inicialmente como ferramenta de guerra, essa inovação já faz parte da rotina das obras auxiliando até mesmo na segurança do trabalhador. Segundo Sônia, o drone entra em cena também para que seja possível acompanhar o status da obra em tempo real. “É possível diminuir para poucas horas a inspeção de uma obra, algo que duraria semanas sem esse ‘olhar hi tech’”.

Impressão 3D: Antes apenas usada para maquetes, a impressão 3D produz peças que ajudam, efetivamente, na obra. Entre os exemplos podemos citar: é o sistema de calçadas impressas em 3D que fazem a impressão de blocos de peças sustentáveis e posteriormente são depositados num robô que os coloca automaticamente nos pavimentos. A executiva explica que em países como Austrália e EUA, a impressora já é uma opção, inclusive, para se construir casas ou para a correção de fissuras em obras de infraestrutura.

Realidade virtual: O destaque vai para a automatização dos processos da construção e o desenvolvimento de novas ferramentas. Experiência em BIM (Building Information Modeling), em português, Modelagem de Informações da Construção, é fundamental para o desenvolvimento do setor, porém apenas 9,2% das empresas brasileiras adotaram essa ferramenta conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ABDI Coordenação de Planejamento e Inteligência da Agência Brasileira de Desenvolvimento. O BIM é um software utilizado para elaborar modelos virtuais e deixar mais fácil a visualização de um projeto que estava apenas no papel, agora ganha “espaço” e pode ser visto com riqueza de detalhes antes mesmo do início da obra. Sônia reforça que essa opção de planejamento que utiliza um modelo virtual em três dimensões permite alinhar as expectativas do cliente antes do início da obra economizando tempo e dinheiro na estimativa de do levantamento de quantidades a partir das várias simulações entre todas as disciplinas da Engenharia e suas fases, com isso é possível corrigir eventuais incompatibilizações em projeto.

Apesar de tecnologias inteligentes, Sônia esclarece que ainda estamos engatinhando na implantação delas na engenharia, mas não há como fugir “ A Engenharia precisa adotar uma forma mais eficaz para novas construções e o uso da tecnologia será a ferramenta responsável por tal transformação neste setor. Neste cenário, aproveitar os melhores recursos passa a ser questão de sobrevivência”, finaliza.

Fonte: *https://conteudo.startse.com.br/mercado/juniorborneli/startse-lanca-missao-para-o-vale-do-silicio-focada-em-construcao-civil/
**https://cbic.org.br/construcao-civil-pode-crescer-ate-7-com-bim

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